- Premissa principal: Valorizo mais quem (sem papas na língua) me diz directamente, honestamente, frontalmente o que pensa mesmo vá contra a minha linha de pensamento, mesmo que eu não goste de o ouvir. Se eu gostasse de apenas ouvir o que gosto ou comprava um gravador ou arranjava um cão (eu até tenho um gato), para me adorar...lol...
- Premissa secundária: Amigos falo dos do peito, são poucos, mais falem por milhares de inúteis conhecidos....
- Situação: Mais uma das infindáveis conversas "andantes" com tal companheiro. Confesso que é dos poucos prazeres intelectuais que me sobram. São sempre conversas reconfortantes, estimulantes, desafiadoras do espírito e bastante produtivas...
- Problema: Ai a porra.... Tu queres ver... Das duas uma, ou a minha linguagem é encriptada ou não tenho mesmo razão em nada, o que me leva a pensar (e não assumir) que porventura terão razão os demais...
- Explanação teórico-pratica: Fui acusado de alguns características (o ser humano não tem nem qualidades ou defeitos pois tal está somente nos olhos de quem vê) e vicissitudes de personalidade, as quais não são desconhecidas aos meus ouvidos. Não me atrevo a refutá-las, pois resta-me apenas engolindo o meu orgulho (não é a todos...), confirmá-las!!!
As ditas são:
- Preguiçoso
- Conformado
- Cobarde (mais ressente e interessante)
- Desprovido de ambição
- Medroso
- Complexo de inferioridade
- Incapaz de mudanças
- Cego
- Repercutor de catástrofes...
- Horizonte curto
Tudo verdades, não o nego, mas exijo uma contra-argumentação. Tal é me permitido... Não, não pensem que é um modo elegante de fugir ás responsabilidades, de atenuar as ofensivas ou de me esquivar ás respostas. Em dita contra-argumentação tento apenas justificar tais acusações, esclarecer os eventos/acontecimentos catalisadores das mesmas, provar/demonstrar os suportes para as atitudes e reacções de que sou confrontado, tentando entender (ao ouvir-me a mim mesmo) que raio de mecanismos psicológicos uso, ferramentas disponho, de modo a poder ajudar-me a mim mesmo. Traduzindo, deixa de ser um diálogo a dois para passar a intervir o meu... Alter-ego??? Eu próprio??? Ou sub-dimensão do meu ser??? Sei que apenas é assim comigo, de modo a poder ter ver-me de fora e ter acesso a mais informação.
Confesso, giro é mesmo quando me apanho a tentar enganar-me ou desculpar-me a mim mesmo... Surge um misto de piada com tristeza... Continuando...
Então, no decorrer da conversa, chego a conclusão que nada faz sentido. Vamos por partes...
- Preguiçoso?: Verdade... sem comentários...
- Conformado?: Verdade, método de esquivar-me à depressão...
- Cobarde?: Verdade, mesmo, mesmo sem comentários...
- Desprovido de ambição?: Errado, falar para quê, se não as demonstro...
- Medroso?: Sim de quase tudo quanto me é desconhecido, diria antes cauteloso...
- Complexo de inferioridade?: Sem margens para dúvidas... Porquê? Isso é para ouro post...
- Incapaz de mudanças?: Verdadeiro; "E se correr mal, para onde me viro???"...
- Cego?: Por vezes de vontade própria, outras casuais, outras cegueira completa....
- Repercutor de catástrofes?: Verdadeiro, ponto...
- Horizonte curto?: Diria faseado...
Blá, blá para cá, blá, blá para lá e o homem sai-se com esta: - " Meu amigo, assim, como já deves de ter reparado as pessoas abandonam-te..."
- Mas tu queres ver??? Isso não é novidade, mas pensava eu que "as pessoas" ficavam quando a tormenta vem. Nunca abandonei ninguém... Mas pelos vistos sou eu... Bem, por mim melhor, contamos mesmo só com os que ficam....
- " Não meu amigo, TU é que tens de fazer mais e melhor por ti mesmo!!!"
- " Tens de querer mais e melhor por ti..."
- Mas tu queres ver??? AI A PORRA!!!! Mais como? Melhor como?
Bem no meio de argumentos e contra-argumentos (estes sempre correctamente refutados) abro o jogo e depois de algumas horas, permito que tal personagem volte a mergulhar na minha dimensão infinita, apelidada de: Emocionalidade psicológica intrínseca à psique do ser humano... Qual quê, isso foi um erro estratégico; não abrir o jogo, mas "usar" tal como contra-argumento. Daí o : Dificuldades de expressão... Ou não??? Segundo tal individuo (hihihi, se o homem sabe que o descrevo como individuo... lol), e componente emocional não entra para as contas. Perdoem-me mas para mim tudo tem uma componente emocional, até um café... Prontamente aceite pela parte em questão.
Vai dai e troca as voltas ao discurso (digam lá se isto não é dar luta, parece um salmão preso nas garras de um urso esfomeado prestes a almoçar...), se então eu conto com a emocionalidade, devo de a usar como motivação...
Para tudo... Afirmação mais que justa e correcta. Não existe mais assunto...
Mas... Mas e se tal emoção ao invés de motivar apenas congelar movimentos e reacções ao individuo??? Pois.. Existe sempre uma merda de um mas...
Ora, segundo a minha pessoa, já chegamos lá... Nada disso. Problema meu.
Agora começa a coisa.
Todos sabemos que os pensamentos e somente estes, conduzem a emoções. Logo se controlar-mos os pensamentos...
Pois bem. Tudo fácil no papel. E ferramentas mentais para tal auto-controlo? Já me fogem tal recursos...
Aqueles que me conhecem (não comecem, pois eu sei quem são e são poucos), sabem perfeitamente que não é dessa massa de que sou feito. Sou feito de uma mistura frágil de emoção e racionalidade. Não prescindo de nenhuma em troco da outra. Não nasci para ser somente racional. Assim não sinto...
Problema? Sinto em excesso... Peco por esperar depois de resposta racional ás questões, uma confirmação emocional. Eu sei, agora deixar que tal me imobilize???? Tou furioso... Como combato isso? Se puder controlar melhor a emoção, parto do princípio que será mais fácil racionalizar e prosseguir a marcha, não?
Continuando. - " Pois bem, meu amigo, isso é um tópico do qual não te posso ajudar..."
Sinto que quando Deus me programou, deixou isso de lado (RECLAMAÇÃO para DECO) na esperança que eu chegasse lá. Merda, e agora onde vou buscar esse up-grade? Como me vou auto-programar? Faltam-me essas bases. Sei bem porquê, mas isso é só meu!
Bem matando a coisa, a conversa foi boa, mas volto sempre à casa Partida. Vou vendo o mundo evoluir, progredir, sinto-me a morrer, e definhar ficando cada vez mais isolado, afastado e perdido.
Se quero reagir? Claro que sim, mas tamanho handicap, é difícil... Luto apenas para não regredir e não me afundar...
Sinto que tudo isto é mera conversa de adolescente, fora de prazo, conversa bolorenta, batida em mesa de café no meio de cigarros ainda proibidos.
MERDA, MERDA, MERDA...
ACÇÃO é o que se pede e menos conversa fiada...
FOGO Á PEÇA!!!
Um comentário:
Não vou fazer comentários ao que escreves. Aliás, a minha opinião já a conheces. Mas devo dizer que me diverti muito a ler as tuas escritas.
Bjinhos
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